Anticorpos anti-PLA2R são considerados biomarcadores da nefropatia membranosa primária (NM), que é a principal etiologia da síndrome nefrótica primária do adulto.
Apesar de a biópsia renal ser considerado o método padrão ouro para o diagnóstico da NM, diversos estudos, editoriais e meta-análises sugeriram que os anticorpos anti-PLA2R podem ser utilizados como marcador diagnóstico da NM. Du e colaboradores, em meta-análise que incluiu 15 estudos com 2212 participantes (PLoS One. 2014 Aug 19;9(8):e104936), determinaram os seguintes parâmetros de acurácia diagnóstica do ensaio anti-PLA2R: sensibilidade de 78% (IC95% 66% a 87%), especificidade de 99% (IC95% 96% a 100%), razão de verossimilhança positiva de 96,1 (IC95% 19,5 a 472,1) e razão de verossimilhança negativa de 0,22 (IC95% 0,14 a 0,35). As concentrações dos anticorpos anti-PLA2R se correlacionam com a atividade da NM: pacientes com proteinúria nefrótica possuem maior frequência de positividade de anti-PLA2R, usualmente em concentrações mais elevadas, que pacientes em remissão, seja espontânea ou induzida por tratamento.
Em pacientes tratados com imunossupressores, o anti-PLA2R constitui melhor marcador da atividade da doença do que a proteinúria: as concentrações do anticorpo decaem de maneira mais precoce que a proteinúria.
Em pacientes com proteinúria residual devido à dano glomerular permanente, a negativação do anti-PLA2R pode ser utilizada como marcador de resposta terapêutica, desta forma minimizando exposição prolongada e desnecessária a agentes imunossupressores.
Pacientes em tratamento e com concentrações persistentemente elevadas de anti-PLA2R apresentam menor probabilidade de atingir remissão completa da doença, geralmente necessitando de curso terapêutico mais prolongado ou de alteração do tratamento.